sexta-feira, 4 de outubro de 2013

De volta pra casa

Abri a porta com certa dificuldade
o chão empoeirado denuncia a falta de zelo
as paredes com enormes mantas de teia
mal pintadas
que cor era?

os móveis gastos
encostados num canto qualquer
no quintal frutos e folhas acumulando-se mortos no chão

as roseiras já haviam ido
ficara apenas o tronco seco e retorcido

não me demorei
cuidei daquele canto o qual há muito chamava de meu barraco
tantas histórias e estórias
fábulas da minha vida mascaradas e coloridas
algumas doloridas
reais ou não
minhas

aos poucos
vem a cor e o frescor de uma primavera anunciada
mesmo que ainda não seja o tempo dela
e sento no banquinho de madeira com a caneca de água imposta às mãos
e admiro novamente aquele velho lugar
como se novo fora
e de fato era
eu era
pois regresso a ele diferente de quando fui

e volto a encontrar amigos velhos e novos
com suas linhas mágicas
seus traçados encharcados de sentimento e vida

e sinto
é muito bom poder estar de volta
ao meu barraco de vidro

Um comentário:

  1. Muito bom mesmo.
    Amo suas metáfora, Lu.

    Seja sempre muito bem-vinda... Tava com saudade deste barraco.

    Xeros

    ResponderExcluir

Cada click é um toque, um afago, um carinho. Obrigada por ter vindo, lido e comentado. Paz!