Abri a porta com certa dificuldade
o chão empoeirado denuncia a falta de zelo
as paredes com enormes mantas de teia
mal pintadas
que cor era?
os móveis gastos
encostados num canto qualquer
no quintal frutos e folhas acumulando-se mortos no chão
as roseiras já haviam ido
ficara apenas o tronco seco e retorcido
não me demorei
cuidei daquele canto o qual há muito chamava de meu barraco
tantas histórias e estórias
fábulas da minha vida mascaradas e coloridas
algumas doloridas
reais ou não
minhas
aos poucos
vem a cor e o frescor de uma primavera anunciada
mesmo que ainda não seja o tempo dela
e sento no banquinho de madeira com a caneca de água imposta às mãos
e admiro novamente aquele velho lugar
como se novo fora
e de fato era
eu era
pois regresso a ele diferente de quando fui
e volto a encontrar amigos velhos e novos
com suas linhas mágicas
seus traçados encharcados de sentimento e vida
e sinto
é muito bom poder estar de volta
ao meu barraco de vidro
Muito bom mesmo.
ResponderExcluirAmo suas metáfora, Lu.
Seja sempre muito bem-vinda... Tava com saudade deste barraco.
Xeros