sexta-feira, 29 de abril de 2011

Riso

É natural que não consideremos o riso uma coisa séria. Ele próprio se encarrega de ridicularizar-se.

O grave cavalheiro que de repente abre as mandíbulas, atira para trás o crânio, lança as mãos à barriga e solta uma cascata de vogais estrídulas...

A solene madame que de súbito estende o bico de orelha a orelha, mostra duas fileiras de favas brancas e se põe a cacarejar...

Mas, ai de nós se nos faltasse o riso!
Nem queremos pensar.
Que funeral seria a vida!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Minha vida é esperar (Homenagem a Bia)

Bia, essa é para você :-)

Quase chegando no ponto
O ônibus passa
Dá vontade de sair correndo e tentar alcançar

Mas iria ficar toda suada

E é daqueles dias que tenho que ficar o dia todo na rua

Suar logo de manhã, não dá

Ler enquanto espero o próximo, nem pensar

Já pensou se passa e eu estou enfiada no livro ?

Deve aparecer outro logo

5 minutos... 10 minutos

Tá vindo !

Fila da mãe !  Passou direto

Motorista dos infernos

Vou desistir

Ir até o metrô

Mas o metrô de manhã é muito cheio

Espero...

5 minutos...10 minutos...

Sempre em pé

Lá vem outro

Lotado !

Vou assim mesmo

Depois que passar pelo centro vai esvaziar

De ônibus 1 hora  +  25 minutos no ponto

De metrô 30 minutos

De carro 45 minutos

De bicicleta...nem pensar. Tenho medo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Meu altar

E eis o meu altar
Ferido ou dolorido, e por vezes florido, mas sempre colorido
Dores e cores entrelaçadas e muitas, muitas vezes embaçada pelo ruir de um sorriso

E ali eu me ponho...
... Inerte! Estátua de carne enrijecida pelo tempo e com o tempo esfarelando-se, esvaindo-se

E fui...
...Escalando edificios, pulando de precipicios, colocando-me em abísmos, e fui

E ouvi...
...De fundo um doce suspirar, era ele a me espreitar... e repousei

Deixei...
...Caí de braços em seus abraços, levantei-me caída em seu tronco e deixei-me retida guiar

Não sei...
...Se homem ou anjo. Se Deus ou deuses. Se santo ou pecador, apenas tonta com teu cheiro
pude simples e corajosamente, irremediavelmente e inegavelmente mais uma vez, e outra vez, e toda vez me entregar

E assim, no meu altar, me permiti não deixar de amar

sábado, 16 de abril de 2011

O que sobrou do céu?

O sol invadiu a sala
A televisão ligada era um espelho refletindo o que havíamos esquecido
Era dia, mas faltou luz e ninguém percebeu
Lá em baixo, do outro lado da rua, crianças brincavam e emitiam sons, inocentes, nem viam
E o jornal sobre a mesa jogava em nossa cara o reflexo de nossa ignorância, descaso, egoísmo
E as crianças ainda brincavam inocentes, nem viam
E nós, tal quais meros apátridas, desistimos de lutar. Ou será que desistimos de vencer?
“Eu vi uma cidade incendiada e tive medo”, cantou Jobim. Ou chorou Jobim? Ainda temos medo? Nossa cidade segue incendiada e silenciada. Ou será que ficamos surdos?
O que sobrou do céu?
A luz não voltou e ninguém percebeu
A televisão continua refletindo o que não queremos ver
E as crianças ainda brincam. Inocentes.
O que sobrou do céu?
Não quero permanecer muda. Não ser apatriota. Não quero só vez, eu quero voz.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Só se for 212 Sexy!

Viver numa insanidade indomável
Não se importar com as verdades mentirosas 
E abusar das mentiras verdadeiras
Desistir? Fico me perguntando e grito: Jamais!
Jogar para o alto? Eu insisto nessa insistência insana
Jogar-me do alto? Talvez. Só se for de salto e roupas bem leve cheias de florais e perfumada com o meu 212 Sexy
Desistir, jamais. Repito.

É isso: Jogar para o alto e viver um segundo por vez
O que importa o dinheiro? É apenas um falso tesouro que dá aos outros a impressão de que são o que não são e de que tem o que jamais terão. E a fama, necessidade de auto-afirmação? 

Simplesmente não importam.
Importa sim a luz do sol
Astro-rei soberano
Ou ainda, os pingos da chuva
Tentativas de recomeço (uma, duas, várias, inúmeras, infindáveis)
Importa de fato o brilho nos olhos

Se os olhos brilham, o sentimento é verdadeiro
Mas o que é a verdade? Busco entender
É a mentira para uns, travestida de fada-madrinha
É o ímpeto que se sente 
Quando as necessidades são manifestadas

É a nossa razão, oras! 
É a miséria das condutas
Seres Desumanos
A verdade pode não ser o que escrevo agora
Mas lembra? Ainda tenho salto nos pés e um vestido floral e ainda estou perfumada com 212. Ainda posso jogar-me. Ainda posso não desistir de só sorrir.

sábado, 9 de abril de 2011

Mudança Já!

Quem nunca se sentiu navegando contra o vento?
Esse sentimento (ruim), além da escuta humilde e receptiva de algumas pessoas, têm me mostrado que é preciso que seja desenvolvida uma capacidade ainda maior de adaptação às condições do momento vivido. Isso não quer dizer cruzar os braços e deixar as coisas acontecerem a bel-prazer. E sim garantir a sobrevivência de si mesmo e permitir revelações sobre nossas possibilidades de bem-estar. Repito: possibilidades (no plural), pois são muitas, inúmeras.

Acredito que o caminho inicial seja o da observação: como lido (amos) com contrariedades e imprevistos? Uma escolha: desenvolver uma tempestade em copo d´ água ou buscar novas soluções sem drama.

O passo mais difícil é desapegar-se do nosso ponto de vista e abrirmos a outros, uma vez que a maleabilidade evita o dispêndio de energia e emoções negativas, além de tornar benéfica a relação com outras pessoas e o mais importante, nos prepara para mudanças. Afinal de contas “TUDO MUDA O TEMPO TODO NO MUNDO” já dizia Lulu Santos.

Percebo essa máxima também na natureza. Existem várias fases: crescimento, estabilização e declínio. E tudo acontece em forma de ciclo.

Pois é galera, descobri um segredo: buscar no cotidiano o desenvolvimento de um espírito mais flexível e assim potencializar o senso de oportunidade.

A gente só vive uma vez e existem oportunidades que não voltam mais, sensações que não retornam, sentimentos que uma vez perdidos não renascem, amizades que se bem cuidadas duram uma eternidade, amores (impossíveis ou não) que faz uma festa e uma ventania dentro de você uma única vez. Perder tempo é perder vida. Chorar é envelhecer. Lastimar é empobrecer a alma e o coração.

Mudança JÁ!

sábado, 2 de abril de 2011

Bons pensamentos

Esvaziar a mente também significa ir em busca de novas perspectivas. Permitir que bons pensamentos tomem sua alma e coração, pisar no improvável chão ainda que quente. Desbravar o desconhecido que nasce e renasce diariamente dentro de nós e neles projetar bons sentimentos/pensamentos.

Interagir harmoniosamente com a energia positiva que move o universo e conspira para que tudo aconteça seguindo uma ordem natural, lógica e perfeita, muito embora algumas vezes tudo nos pareça meio confuso. Confusão essa que transpira de nós em busca de um entendimento quase que inalcansável.

Tornar efetivo em nosso coração e mente o desejo de desenvolver coragem, paz e força. Isso demanda tempo. Cada ser tem seu próprio relógio e seu próprio ritmo. Uns levam mais tempo que outros. Mas o caminho é o mesmo: O QUERER.