sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O tempo

Vagueio em busca do tempo ora perdido
Ele, malandro e faceiro, corre com os dentes entre os lábios sorrindo de mim
Adentro nas memórias já esquecidas e procuro, sacudindo as tralhas para o alto, aquilo que já nem lembro mais
Fio-me no vazio de minh´alma, fito o que ainda há de bom em mim e já não esmoreço: existo!
Reproduzo no vento inconstante as imagens de mim mesma e que um dia fora eu: não sou!
As imagens, em preto e branco, vão colorindo as telas da imaginação do que deveria ter sido: e não foi!
E os sons, gritos e gemidos, sorrisos e choros, gargalhadas e silêncios, são apenas letras reproduzidas – como que borboletando - no universo daquilo que não pôde e não poderá ser dito: calo!

Contabilizo, todavia resignada, as inúmeras desventuras. Culpo o próprio tempo, já que o espelho – ah o espelho – acusador insensível, revoga toda culpa a ele atribuída.

E, rindo de mim, ele mesmo trata de curar dores que ele mesmo causou. Fecha feridas que ele mesmo abriu. Sela o que ele mesmo rompeu. E seguimos abraçadaos porque um do outro necessita para chegar, seja lá onde for.

Ele, o tempo.

Um comentário:

  1. O tempo é feito faca de dois gumes, nos fere e nos cicatriza.
    Saudades de ti, não fique escondidinha, sorria pra vida, pro tempo, pois tudo vem ao seu tempo.

    Beijos com carinho.
    Não me esqueço de ti, mesmo quando some um cadinho.

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