sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Flores no caminho

Apanhando flores no caminho
murchas, sem cor, sem vida, sem folha
defuntas duma árvore qualquer que segue sua vida sem prestar luto algum
De nada serviria, de nada valeria
Marca a página qualquer dum livro que há tempo lia
Ressecada num marrom gélido, achatada por letras e frases e palavras sem sentido qualquer

Há quem lembre-se de que um dia houve um cheiro? um frescor? uma beleza?
A mão que a arrancara-lhe há de prestar luto ou remorso?

Os pássaros ainda cantam sua beleza de outrora
O livro há de guardá-la como tumulo vindouro
E os dedos que lentamente passam as páginas
Há de em fim tocá-la
E mesmo ressequida
Alguém há de lembrar seu nome
Flor!

2 comentários:

  1. "O livro há de guardá-la como tumulo vindouro"

    Eta que sede de ler-te, poetisa da sensibilidade natural...
    Trazes mais para cá que a sede é grande... Xero

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  2. ventos trazem boas visitas.... vem sempre flor

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