quarta-feira, 2 de março de 2011

De noite

A alma cansa
Cansa os pensares, vem os pesares
Olho em volta e tudo volta cinza, nublado
Calo-me. Fecho meus olhos. Ajoelho-me.

Falo baixinho só pra Deus ouvir
Preciso ser breve para não cansar-lhe os ouvidos

Subo diariamente minha ladeira de barro e no meio dela estiro meu lençol
Cubro-me com as estrelas inexistentes daquele céu sem cor
Refresco-me com o vento que ainda não veio, está longe

Longe vão meus pensamentos, permeiam o impossivel
Incredula creio que a noite logo passará
E ela não passa

Estico os braços e alcanço o inimaginavel céu
Escorro-me pelo improvável chão
E ali hei de nascer ou renascer no nada
Mas do nada há de vir de graça a graça que tanto pedi

Forças já não tenho para barganhar ou pagar tal favor
Mas, nascendo ou renascendo
Naquela ladeira ainda estará meu corpo
E minhas mãos ainda tocará o céu

E pela manhã, todos hão de passar por mim

3 comentários:

  1. Flor,

    Que poeta extraordinária vc é!
    Me emocionou!

    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Eita! Sou poeta não. rssss

    Mas fico mto feliz que tenha gostado.

    Bj no coração!

    ResponderExcluir
  3. é poeta SIMMMMMM!!! hahahaha e das melhores viu?!
    Adoro o que escreve!

    Bjs

    ResponderExcluir

Cada click é um toque, um afago, um carinho. Obrigada por ter vindo, lido e comentado. Paz!