sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bem e Mal

Pensamos na maldade, convivemos com ela, trazemo-la para dentro de nossos lares e impressionantemente já não nos surpreende tanto. A luta entre o bem e o mal atravessa séculos e parece estar longe de terminar. Aqueles praticantes da maldade são dignos de lástima, uma vez que confiam em suas deduções paradoxais degeneradas, representa a desordem, o arbítrio, a anarquia e, vaidosamente se chama de mal. Todavia, mesmo com o estrago devastador que produz por si só condena-se ao aniquilamento. O coração da maldade é a violência, e esta ocorre imposicionando sofrimento às pessoas, este é um aspecto da dor e tem significados distintos.

Certa vez li que nossa maior fraqueza é olharmos as mesmas barbáries do passado e transferi-las a conceitos que já não satisfazem a mente moderna. Este mesmo artigo nos conduzia a refletir sobre imperialismo americano jogando sua magnânima bomba atômica nas nações mulçumanas. E se eles por sua vez, radicais ou fundamentalistas, implantassem o terror desmedido a todas as nações que lhes são contrárias? E se os judeus destruíssem os palestinos? Quem é o verdadeiro diabo, Hitler ou Mussolini? Matar 3.000 pessoas justifica o holocausto de 30 mil? (Japão x Pearl Harbour / EUA x Iroshima e Nagasaki) Quem é o diabo dessa história? Quem é o detentor da maldade? Que medida, que consciência, que razão, que sensatez ela tem? Quem a provocou?

Ainda haverá outras guerras que nos parecerão diabólicas e que os povos não menearam com qualquer estigma de reprovação. Afora essas divindades que várias nações proclamam funestas e ainda assim as honram com terror religioso. Todavia, há de se notar que um falso culto heróico lhes rendeu, entretanto os marcou com terrível e indelével abominação.

Se nada é realmente bom ou mal, como é defendido por alguns, então não existe nenhum padrão de valor além das preferências pessoais. Aposte-se na corrente oposta (os corajosos), cuja base é a renovação da consciência da maldade que muitas vezes uni-se com o interesse ressuscitado na natureza do mal (essencialmente). Basta-se lembrar das hipóteses de progresso (que progresso?), que trazem impressas em suas bandeiras o sangue extraído dos horrores marcados na história da humanidade. Reavalie-se. Seria então a maldade inerente à natureza humana?
Eu particularmente prefiro deter minhas preocupações na maldade que parece ter-se tornado permanente na conduta humana. Mas deveríamos fitar-nos a aprender a conviver com a essência do mal inserida em nosso ser? Seria impossível então distanciarmo-nos dela? Como poderíamos dar inicio ao processo de (r) evolução recriando o conceito de progresso e por que não dizer dos padrões da vida?

Não seria hora de alargar a visão para os conflitos da alma e, com coragem, buscar alguma chance por menor que possa ser, de afastar a humanidade da ruína que a desenha com tanto apreço e zelo?
Clamo aos corajosos.

2 comentários:

  1. Ontem assiti um filme em que um personagem dizia que algo assim:
    Que por muita vezes pensamos no bem ou mal como algo distante e que, na verdade, estão bem próximos, tudo per passa pela razão de cada ser.

    Seus textos e indagações me fazem refletir e isso é bom. Não sei se por uma questão de coragem, mas de alteridade, de se colocar no lugar do outro.


    Sempre te seguindo, amiga.
    Cuide-se e continue...

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  2. Querida Girassol, é sempre tão bom entrar no blog e ver teus comentários. Adoro!

    Lendo o blog do meu amigo Sidney (de 2 em 2) me veio estas palavras. Ele tem escrito coisas que nos faz pensar muito mais no coletivo do que no individual. Essa consciencia desperta-nos para o nosso papel que não vem sendo feito. É hora de acordar, sair de nossas prisões, do nosso mundinho e olhar para o mundo de forma diferente.

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