segunda-feira, 14 de outubro de 2013

outono de mim

se me permite
permita-me nada dizer
permita-me calar e só existir
não precipite meus verões ou primaveras
é tempo do outono de minha alma
é tempo de permitir que as folhas sequem
que os ventos entortem meus galhos
que minha copa fique nua, despida
é tempo de despedir-me das cores
é tempo de meu tronco ser de um cinza opaco e frio
não entristeça sua alma com essas linhas de poucas cores
é tempo de preparação
é tempo de maturação
levará ainda mais uma estação
até que eu retorne a mim
trazendo flores em meus cabelos
embalando-me com o vento
e entoando-te canções de amor

mas
se me permite
permita-me nada dizer

4 comentários:

  1. Um nada dito de tudo. De tantas coisas de si.
    Sempre bom ler vc, Lu!!!

    Xeros

    ResponderExcluir
  2. Bom dia Luiza.. não por ser a estação que mais gosto aqui no sul ainda por cima.. com os frios de sempre.. mas ficou bem versado e distribuído o poema, quando colocamos natureza dentro dele.. e não esquecendo do amor eles se tornam belos.. bjs de bom dia até sempre

    ResponderExcluir

Cada click é um toque, um afago, um carinho. Obrigada por ter vindo, lido e comentado. Paz!