quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sem sentido

Não vou te dar a eternidade de mim
Nem roubar-te o que já te dei de ti
Não quero tuas mãos dada às minhas, presas e pregadas
Tampouco teus pés usando as formas dos meus
Não precisa seguir o meu horizonte, segue tua verticalidade
Apenas peço-te que deixes ao menos minha sombra, se é que é minha
E mantenha-se nela em silêncio puro e contínuo, obediente
Refugiarei-me das lembranças que um dia foi
No verso de mim ainda há as marcas e contornos teus
Braços e pernas e troncos e pensamentos misturados e dispersos
Eternizamo-nos no porvir de um sonho que não será
Emaranhando meus eus com os teus, ainda somos
E o espelho ainda embaçado guarda a imagem de quem somos de fato
Ali, mudos, estáticos, inertes, frios, distantes...
E vai aos poucos registrando o furor do tempo
Eu na minha horizontalidade, você na sua verticalidade
Eu saindo de mim para ser em ti, em passos lentos e retos
Mas ainda em direcções opostas

4 comentários:

  1. Lembrei do Camões e de toda contradição da alma.
    Busca. Entrega. Apego. Desapego. Ânsia. Suadade. Promessa. Necessidade.

    Lindo, Lu!

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  2. Oi Luiza, que triste sua poesia.
    O amor as vezes nos apronta cada uma...e ficam as recordações.

    Achei lindo teu jeito de poetizar.
    Parabéns.
    Beijos e obrigada pelo carinho no meu blog.

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  3. Bia, o pobre do Camões deve ter ficado bravo com você amiga! kkkkkkkkkkk, adorei!

    Bjs no coração e obrigada pelo carinho de sempre!

    Ps. Não esqueci o passeio não. Depois te conto o que houve!

    Bjs

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  4. Querida Majoli, obrigada pelo carinho. Adoro suas visitas.

    Sinta-se em casa...

    Bjsssssss

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