quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vento de saudade

Quente o vento uiva
Ouço o som saindo entre seus dentes (afiados)
E já não ouço minha voz. Calo-me

Sopra suas asas que não alçam mais vôos e seu hálito quente derrubam-me
Traz como algoz a poeira e cega-me
Atenua-se, por misericórdia, revertendo-se em leve bruma

Os pinos do velho relógio enferrujam toda a engrenagem
As horas acumulam-se como corpos empedrenirdos
O tempo não passa!

Paro naquela velha estação e observo o vai-e-vem de rostos emudecidos (gélidos)
Sento num banco todo rabiscado. Permaneço. Estagno-me. Ponho-me ali, inerte
Pousa um pássaro e o fio fino cala-lhe o canto
Estufa o peito e voa!
E eu, ali. E o quente vento ainda uiva

2 comentários:

  1. Uau, amiga.
    O silêncio grita na mudez congelada.
    Como não voar neste escuro momento, apesar de silencioso? Como não, hein?
    Render-se.

    Amo vc!

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  2. Luiza (trazendo o que te respondi no meu blog pra cá)...

    "Profissional, eu? Não amiga, simplesmente abro meus braços e com o coração os transformo em asas e voo na atmofesra dos meus sentimentos, assim como você faz lindamente. Rendida (s).
    Bom que me lês porque adoro te ler também.

    Amigas e irmãs e companheiras na fé e na poesia.
    Deus nos abençoe sempre! "

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