terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Repintando

Hoje eu quis me libertar de todos os meus preceitos, conceitos e preconceitos.
Quis que tudo em minha vida fosse perfeita, quis que todas as correntes e algemas estivessem aos meus pés tal qual guerreiro rendido e vencido ante minha brava luta e vitória
Quis me desnudar... Não corporeamente, mas a alma, o espírito, o coração
Simplesmente nua
Tentei projetar a minha frente uma fonte tão pura quanto a minha alma se tornara em meio aos meus devaneios progressivos
Tão límpida, clara e rara era a fonte. Aproveitando da minha súbita nudez, desta vez também corpórea, banhei-me naquela fonte cristinalina que de tão bela a lua inibiu-se em a aparecer para não disputar com sua beleza, sabia-se já derrotada.
A água corria pelo meu corpo, não sentia frio. Mas de alguma forma sentia que era a minha alma que estava ali derramada, inundada, cristalizada naquela perfeita fonte.
Como criança brincando na água, deslizei minhas mãos sobre a água causando-lhe alguns ondulamentos que iam e vinham com perfeita regência.
Vi os sonhos mais lindos que já tive e que já me havia esquecido. Vi a esperança aparecer, crescer e renascer.
Mas eles, os sonhos, já não eram tão importantes, bastava-me ali naquele momento a capacidade de revê-los e considerar-me capaz com outra maturidade, com outro reflexo de realidade, projetado em coisas mais palpáveis e assim reproduzi-los novamente. Não como uma pintura feita por cima de uma tela já manchada, mas numa nova tela, com novas cores, uma outra perspectiva, um novo olhar.

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