sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dorme neném

Não sei que rosto teria... Por mais que tente, tua imagem vem distorcida. Não existes, só em mim, em meu desejo, em meu sonho.
Sei que não virás. Choro. Sofro. Ainda assim espero... Milagre! Um dia te anunciarei?
Vejo outros que poderiam ser você... Como pode ser? Sentir falta do que ainda não existiu? Do que ainda não foi gerado? Do que não será gerado! Do que não pode ser gerado!
Lágrimas...
Vazio...
Sinto-me uma árvore seca, ainda não tragada pelo tempo, mas ainda assim seca. Os frutos não brotaram, não sei o sabor, a cor. Essa sequidão apodreceu o que nunca te guardará.
Braços que nunca te embalarão...
Lábios que nunca te cantará cantigas já esquecidas de ninar...
Lágrimas nunca escorrerão por te ver andar... Falar... Balbuciar coisas que só meu coração entenderia
Colo nunca te amparará enquanto meus lábios beijassem e fizessem cócegas nos teus pequeninos pés
SIM! Existes. És meu desejo. E desejos morrem conosco. Viveras em mim sem nunca teres nascido e morreras comigo sem nunca teres morrido.
Dorme neném...

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