quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O tempo

Quando o tempo dobra em triste e fardo toque
Vejo escoarem-se em dias as noites horrendas
Tento dele vingar-me usando o que lhe assole
Sinto fadarem-se minhas dobras e brancas têmporas

Vejo o tronco antigo sem folha
Que ao rebanho estendia em sombra franca
Sobre minha beleza então questiono sua ira

Hei de sofrer no tempo em duras provas

As velhas graças do mundo em abandono
Vendo nascer as graças novas
Estendendo-se a mim então as questiono

A foice contra o tempo é vão combate
Salvo a memória que o enfrenta quando não te abate

2 comentários:

  1. Muito boa!

    Beleza sombria (mas esta também é beleza). O tempo segue, minha cara. Apenas isso...

    Cheiro!

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  2. Poético demais.

    A dor tem sua beleza e é na Poesia que ela fica admirável.

    As linhas estão harmônica apesar da triste sinfonia que a embala.

    amoooooooooo

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