quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O choro

A vida começa e termina com lágrimas. Já percebeu?

O gênero predileto da bíblia é a poesia, com suas figuras de linguagem e imagem textualizados sobre a vida concreta para situações concretas. Narrativa de pessoas – homens e mulheres – que choraram diante de certas situações da vida.

Vejo o choro como um destes verbos que acompanham o homem. Sabiamente Eclesiastes registrara que há  "tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar" (Eclesiastes 3.4). Jesus proferiu suas bênçãos no Monte e nelas incluiu os que choram. E, a estes Ele oferece o seu consolo. Sua promessa é clara: os que choram serão consolados.

Choro quando admito que sou impotente para controlar minha tendência de fazer as coisas erradas e que a minha vida está fora de controle."Admito ser impotente diante de meus vícios e comportamentos compulsivos e que minha vida se tornou ingovernável, mas aceito a verdade que Deus pode transformar minha vida".

Os verdadeiros bem-aventurados da humanidade são os que chorando cumprem sua missão nunca esperando pelos aplausos de platéias, mas desaparecem por detrás dos bastidores do esquecimento ao mesmo tempo em que terminaram a sua tarefa. São igualmente indiferentes a vivas como as vaias, a aplausos como a apupos, a louvores como a vitupérios, porque eles vivem no mundo da silenciosa e profunda verticalidade invisível, incompreendidos pelos habitantes da ruidosa horizontalidade visível.

“Bem-aventurados os que choram — porque eles serão consolados.”

NELE, que consola os tristes e diz não chores, enquanto devolve a vida. A bem-aventurança do choro reside no fato de que ele nasce nos olhos que se sabem impotentes para superar problemas muito pesados. Você chora porque não consegue superar suas dificuldades.

Eu choro porque sinto-me fraca e infiltrada no submundo da hipocrisia, de falsos profetas, de amores vãs, de amizades corrompidas. Mas choro também porque experimento a misericórdia de Deus dia a dia e, como um recém nascido, entôo a música da vida, que se renova em mim a cada declaração de amor deste Deus Imenso. Não sou merecedora, mas ele se inclina até mim. Quem sou eu? Tão pequena, porém  tão amada. O choro não envergonha-me, apenas me diminui para caber toda e inteiramente em suas mãos.

2 comentários:

  1. Que lindo!!!
    Adorei as palavras, o desabafo, o encontro, a poesia, a esperança e certeza no Deus que tudo faz em seres tão pequeninos.

    TE amo, doce, Line!
    Adorei este parágrafo aqui:
    "Os verdadeiros bem-aventurados da humanidade são os que chorando cumprem sua missão nunca esperando pelos aplausos de platéias, mas desaparecem por detrás dos bastidores do esquecimento ao mesmo tempo em que terminaram a sua tarefa".

    Bia

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  2. Pra fazer parte deste lamente poético... O Djavan, claro...


    "Chora, disfarça e chora
    Aproveita a voz do lamento
    Que já vem a aurora
    (...)

    Disfarça e chora
    Todo o pranto tem hora
    E eu vejo seu pranto cair
    No momento mais certo
    Olhar, gostar só de longe
    Não faz ninguém chegar perto
    E o seu pranto oh! Triste senhora
    Vai molhar o deserto

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