O sol invadiu a sala
A televisão ligada era um espelho refletindo o que havíamos esquecido
Era dia, mas faltou luz e ninguém percebeu
Lá em baixo, do outro lado da rua, crianças brincavam e emitiam sons, inocentes, nem viam
E o jornal sobre a mesa jogava em nossa cara o reflexo de nossa ignorância, descaso, egoísmo
E as crianças ainda brincavam inocentes, nem viam
E nós, tal quais meros apátridas, desistimos de lutar. Ou será que desistimos de vencer?
“Eu vi uma cidade incendiada e tive medo”, cantou Jobim. Ou chorou Jobim? Ainda temos medo? Nossa cidade segue incendiada e silenciada. Ou será que ficamos surdos?
O que sobrou do céu?
A luz não voltou e ninguém percebeu
A televisão continua refletindo o que não queremos ver
E as crianças ainda brincam. Inocentes.
O que sobrou do céu?
Não quero permanecer muda. Não ser apatriota. Não quero só vez, eu quero voz.
Belíssimo texto Lu. Como sempre munido de sensibilidade e inspiração.Beijos copiosamente saudosos.
ResponderExcluirNil
Lu,
ResponderExcluirO que dizer depois de palavras diretas e carregadas de verdade?
Um soco no estômago de todos nós, pobres ignorantes, ignorantes de fé, de boas atitudes e ideais.
Parabéns minha LUZ, com sensibilidade nos mostrando a realidade.
Adoro vc!
"E lá fora enquanto o mundo explode, nós dormimos no silêncio do bairro. Fechando os olhos. Mordendo os lábios. Sinto vontade de fazer muita coisa". (Chico Science e Nação Zumbi) - Somos nós??? Ótimo texto, Luiza!!!
ResponderExcluirLine, o pensamento é forte.
ResponderExcluirOs questionamentos instigam mais reflexões e mais atitude de cada um de nós.
Suas linhas me fazem pensar e eu gosto disso, amiga.
Saudades de estar aqui. Beijos
A FENIX
ResponderExcluir"A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade como gregos, egípcios e chineses. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim."