Vou aproveitar que hoje é quinta-feira. A quitanda deve estar achei de frutas e legumes novos. Aproveitar a folga e fazer a feira. Vou antes do almoço e aproveitar o resto da tarde livre.
Caminhando em direção ao super-mercado...
- Caramba, esqueci a carteira! Vou voltar para pegá-la.
- Não acredito que fechei os cadeados e deixei as chaves lá dentro. Vou subir pelos telhados. É o único jeito. Chamar um chaveiro para uma bobagem dessas... faço eu mesmo.
Um forte barulho de telhas quebrando. Um outro barulho de um corpo caindo.
- Não acredito que caí de cabeça e estou aqui neste hospital inconsciente, com traumatisto craniano, entre a vida e a morte por ter tomado uma decisão tola! Mas vou sair dessa.
- É, vejo que não adianta lutar. É hora de ir. Pena que a partida seja agora, no auge de meus 31 anos de idade. E o que será da minha mulher e filho? E a minha família?
Silêncio!
É hora de ir.
*****
Deve ter sido assim quando meu primo Nino se foi no último sábado.
Eu odiava aquel bigode dele. Sempre que o via na rua reclamava! Seus cabelos negros nos ombros davam um charme especial. Magrelo, mas bonito. Lembra muito o meu irmão (que não é tão magrelo). Mas aquele bigode...
Sempre inconsequente, desde criança. Queria fazer tudo sozinho, sempre independente. Certa vez ele me provocou tanto que bati na cabeça dele com a vassoura. Ele caiu durinho no chão e fingiu-se de morto. Fiquei desesperada. Tinha apenas 8 anos e acreditei mesmo que ele estivesse morto. Corri até a casa gritando dizendo que tinha matado Nino. Minha tinha Célia veio em disparada como uma louca. Quando chegamos no quintal, Nino estava sentado no barro rindo feito um doido. Resultado: Levamos uns cascudos e ficamos sem o lanche da tarde, pão doce e baré titti-frutti.
Saudades! Sempre!
Certa vez ouvi um Padre falando da morte, ele dizia que havia perdido várias pessoas queridas e confessou que os pêsamos não adiantavam pra nada. O Padre falava então de como reagir na hora da perda, é difícil, ninguém está preparado, nos revotamos. Não sei qual é a sua fé, mas digo, um dia todos iremos nos reencontrar, em um lugar tão lindo, um lugar de paz, onde o amor predomina. "A felicidade do reencontro será muito maior que a tristeza da partida". Vivemos da maneira que tem que ser vivida, mesmo sem algumas companhias, mas vivemos de uma meneira que quando nos reencontrarmos, possamos ver que tudo o que vivemos foi acompanhado por eles lá de cima. Gosto de pensar no reencontro como uma festa, sabe quando você aquele amigo de anos?? Estarão todos esperando por você.Será assim, diversos abraços e sorrisos, lembraremos de quando éramos crianças, das brincadeiras juntos. Serão só sorrisos, a saudade então, não irá mais existir.
ResponderExcluirMeus sentimentos,que Deus esteja c/ ele e força para ti e toda a família.bjão
ResponderExcluirEu acredito no reencontro após a morte. Acho mesmo que um dia o reencontrarás, quem sabe sentado e sorrindo como no passado.
ResponderExcluirRealmente é terrível quando perdemos uma pessoa querida, e a vida não tem mesmo qualquer lógica. Um abraço
As boas lembranças... Eis o que deve ficar. Um dia haverá um reencontro nesse vasto infinito que nos abriga. Bom retorno à verdadeira vida, Nino! (bonita homenagem, Luiza!)
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